quinta-feira, 1 de outubro de 2020

HELMINTOSES


Os Helmintos

São organismos vivos conhecidos popularmente como vermes, pertencentes a classe dos Nematodas. Sua população gira em torno de 500 mil espécies. Eles parasitam plantas, moluscos, artrópodes e vertebrados. Muitos de vida livre em solo e água.



As principais doenças causadas por esses helmintos são: 

  • Esquistossomose;
  • Teníase/Cisticercose;
  • Ascaridíase;
  • Ancilostomíase;
  • Enterobíase/Oxiurose;
  • Tricuríase;
Os helmintos são um grupo muito numeroso que existe de forma livre e parasitária. Se constituem num problema de saúde pública em diversas partes do mundo e sua ocorrência está associada geralmente a condições precárias de saneamento e saúde. No Brasil, essa ocorrência varia de acordo com cada região, sendo que as características para isso, sejam semelhantes.

Os sintomas mais comuns são diarreia, dor abdominal, mal estar geral e fraqueza, podendo em alguns casos perceber sangramento através das fezes (Ancilóstomos). O tratamento é feito geralmente por anti-helmínticos, chegando há caso cirúrgico quando caso grave.

Em uma pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz- FIOCRUZ em 2018, com o intuito de conhecer a realidade das helmatoses no Brasil, foram examinados (exames de fezes) 197.564 escolares residentes em 521 municípios, ou seja, 96,1% do planejado, nas 27 Unidades de Federação e no Distrito Federal. Trarei aqui, alguns dados que considero mais relevantes, já que a pesquisa é muito extensa.

Dentre os estados observados, os maiores percentuais para a esquistossomose foram apresentados para as macrorregiões Nordeste (1,27%) e Sudeste (2,35%). Na macrorregião Norte, a positividade (0,01%); Centro-Oeste (0,02%) e na Sul, nenhum caso foi diagnosticado. O pesquisador salienta que nos estados de Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul à adesão a pesquisa foi muito baixa, o que compromete os resultados dos mesmos.

Sobre os ancilostomídeos as maiores taxas foram encontradas na região Norte com Pará (7,21%), Tocantins (6,06%) e Amazonas (3,14%). Nos outros estados desta região, as taxas ficaram em torno de 1%. Na região Nordeste, os estados com maior positividade foram o Maranhão (15,79%), Sergipe (6,62%), Paraíba (5,09%) e Bahia (4,23%). Nos outros estados desta região, a positividade ficou abaixo de 2%. No resto do país, a proporção de positivos ficou abaixo de 1%, sendo que do Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul, esta proporção foi de 0,5%.

A distribuição da ascaridíase e tricuríase guardam semelhança. Foram encontrados 11.531 escolares com Ascaris lumbricoides, ou seja, 6,00% (IC95% - 5,05 a 6,96). Nas regiões Norte e Nordeste foram encontradas as maiores taxas de positividade: Amazonas (19,14%), Maranhão (17,49%), Alagoas (14,26%), Sergipe (12,86%) e Pará (11,78%). Nos outros estados destas regiões, a positividade girou em torno de 5%, com exceção da Roraima (0,71%) e Rondônia (0,88%). No Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina em torno de 5%, em Minas Gerais 1,43% e, no Espírito Santo 2,73%.

Medidas preventivas são ainda a melhor forma de evitar o contágio por esses parasitas. Simples atitudes de higiene como lavar bem as mãos e os alimentos que consumimos in natura ajudam a manter o indivíduo longe de doenças provocadas por esses parasitas. Ainda, evitar contato com águas contaminadas, pois pode ocorrer infecção por ingestão ou mesmo cutânea por um desses grupos.

Entretanto, existe uma dimensão coletiva que é da responsabilidade do poder público em desenvolver infraestrutura de saneamento básico como rede de esgotos, água tratada e locais adequados para o descarte de resíduos. Isso tudo deve ser possibilitado concomitantemente com um processo de educação e saúde para toda a população. 

Apesar da região nordeste estar entre as regiões com maiores incidências de helmatoses, verifiquei com entusiasmo que o estado do Ceará não ter sido notificado com incidências representativas. Aliás, não encontrei citação do Ceará em nenhum dos casos identificados.




 

 

 

 

Referências

Katz, Naftale. Inquérito Nacional de Prevalência da Esquistossomose mansoni e Geo-helmintoses/Naftale Katz. – Belo Horizonte: CPqRR, 2018. Disponível em:

MELLO, Dalva A. et al . Helmintoses intestinais: I - Conhecimentos, atitudes e percepção da população. Rev. Saúde Pública,  São Paulo ,  v. 22, n. 2, p. 140-149,  Apr.  1988 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89101988000200010&lng=en&nrm=iso>. access on  01  Oct.  2020.  http://dx.doi.org/10.1590/S0034-89101988000200010.                                                                                        

MUNOZ, Suzana Segura; FERNANDEZ, Ana Paula Morais. Principais doenças causadas por helmintos. Licenciatura em Ciências, USP. 2012. Disponível em: https://midia.atp.usp.br/plc/plc0501/impressos/plc0501_07.pdf                                              

  







quinta-feira, 12 de março de 2020



O ensino da Língua Brasileira de Sinais –LIBRAS no curso de formação de professores

A educação é um direito de todos. Assim rege a nossa Constituição. Portanto, a necessidade de adaptação dos currículos das licenciaturas foi exigida pelos representantes de órgãos que sempre lutaram pelo direito à inclusão da pessoa com surdez. 
A legislação nacional prevista na forma da Lei Federal nº 10.436/02, tornou LIBRAS uma língua oficial no Brasil. Sendo a mesma, regulamentada pelo Decreto nº 5626/05.
E, por se constituir uma Língua, que comporta uma cultura diferenciada, o grupo que a utiliza, ou seja, a comunidade surda, deve ser entendida como pontua Paixão (2016) nesse trecho: “(...) deve-se olhar os surdos não apenas pelo viés da educação especial, mas também por perspectivas culturais e linguísticas”. (Paixão, 2016. P.56)
No entanto, conforme pesquisa amostral de cunho acadêmico realizada em alguns municípios da região metropolitana de Fortaleza por um grupo de pesquisadores ligados à Universidade Estadual do Ceará-UECE/UAB, foi constatado que apesar da matrícula dos alunos com surdez ter sido crescente no ensino fundamental, ainda há lacunas significativas em relação ao atendimento pedagógico qualitativo desse público.
Um fator impactante nesse processo, diz respeito à formação do docente que, tendo uma função primordial de motivar a aprendizagem dos estudantes, não possuírem capacitação na Língua Brasileira de Sinais. Dito isso, é preciso que as redes de ensino promovam capacitações em Libras para os docentes poderem atender dignamente esse público e que também cada professor entenda sua responsabilidade em formar-se, compreendendo que esse estudante é um sujeito de direitos!
PAIXÃO, Germana Costa et al. Motivação e atitudes de professores da rede pública de municípios cearenses diante do ensino de surdos. Revista Educação Especial, Santa Maria, p. 53-68, mar. 2016. ISSN 1984-686X. Disponível em: <https://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial/article/view/18839>. Acesso em: 08 mar. 2020. doi:http://dx.doi.org/10.5902/1984686X18839


quinta-feira, 16 de maio de 2019


Momentos Especiais do Estágio Escolar


O primeiro contato foi conhecer a estrutura física da escola: pátios, áreas de convivência, salas de aulas e outros espaços que possibilitam e contribuem para o trabalho pedagógico. A imagem mostra que a escola é bem arborizada, tinha chovido bastante, por isso esse aspecto molhado. A primeira vista, parece apenas paredes, colunas e plantas, mas é nesse espaço que os adolescentes se reúnem no momento do intervalo das aulas para conviver, conversar, rir, combinar trabalhos, lanchar e fazer amizades, ou mesmo, disputar "espaços". Pode também ser espaço de conflitos de posicionamentos, de comportamentos. Como escreveu o mestre Paulo Freire: Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar, é também criar laços de amizade, é criar ambiente de camaradagem, é conviver, é se amarrar nela! Esses laços, devem ser construídos a partir do compromisso e da responsabilidade de todos os segmentos que compõem a comunidade escolar: direção, professores, alunos, famílias e funcionários. Somente a partir desse envolvimento, a escola terá vida!.
#escolaesobretudogente
Nesse espaço, pátio coberto são realizadas diversas atividades como culminância de trabalhos e projetos, reuniões de pais, gestores e professores e as festividades da época. Essas, são ações complementares do processo educativo. A escola trabalha o Projeto Integrador proposto pela Secretaria de Educação com o tema: Trilhando o currículo- Educação com foco na qualidade e equidade para uma cultura de paz. Com o intuito de criar um clima  escolar pacífico em que se cultive o diálogo, o respeito às diferenças , minimizando dessa forma, o bulling, a intolerância e as desavenças de modo geral.  Essas atividades são muito importantes porque se a escola tem um clima amistoso, de cooperação, o trabalho fluirá de maneira mais eficiente. A equipe gestora tem um papel preponderante nesse aspecto, sendo ela, responsável pela formação em serviço dos segmentos professores, funcionários e pais ou responsáveis, zelando pelo cumprimento do Projeto pedagógico pensado para aquela gestão e período. Os projetos interdisciplinares serão a oportunidade de desenvolver várias competências como criatividade, trabalho em grupo, entre outros.
             #projetosinterdisciplinares

                                                      
Na regência de sala procurei desenvolver um planejamento em que teoria e prática se complementassem. E nesse trabalho especificamente, pude perceber que o caminho é esse, ou seja, buscar fazer com que o aluno seja um agente ativo de construção de seu conhecimento. A aula foi sobre vírus e as doenças causada por eles. A abordagem inicial foi de perceber o conhecimento prévio da turma sobre o assunto, para em seguida confirmar ou corrigir as informações que eles trouxeram. Após esse momento, foi proposto um aprofundamento do tema no livro didático e alguns outros textos que imprimi e levei como complementação do texto do livro didático. Em seguida, fomos construir modelos didáticos dos vírus estudados, essa atividade prática despertou muito o interesse da maioria da turma, ficando dois alunos um pouco dispersos. Finalmente, houve as apresentações das equipes com seus modelos didáticos e mostrando o que aprenderam da aula. A aula diferenciada, com a maior participação dos alunos, também propicia realizar uma avaliação de seu desempenho: se compreendeu o conceito ou se ficou dúvidas. Assim, fazer o fechamento da aula. Esse tipo de aula, motiva os alunos a participar mais e melhor.
#assimaprendomelhor


Mini Curso-Resíduos Sólidos: Como descartar, foi um momento em que eu e minha colega de estágio tivemos a oportunidade de trabalhar com a turma essa temática, fazendo os mesmos refletirem por meio de imagens, vídeos a importância de zelarmos pelo meio ambiente que é nossa casa, rua, bairro, escola, cidade. Demos destaque a questão do descarte correto desse lixo e as implicações na saúde da falta de educação. Nosso objetivo era desenvolver competências atitudinais, pois o conhecimento é emancipador. O desenvolvimento de boas atitudes nos espaços de convivência citados acima, farão a diferença na comunidade como, por exemplo, a solidariedade de doar aquilo que em bom estado, você não mais precisa ou quer para pessoas mais carentes. Apresentamos de maneira bem didática o descarte correto do lixo para preservação do ambiente. Conceitos com os três R's foram trabalhados, fazendo referência ao consumo consciente de objetos. Por fim, fizemos uma atividade de construção de cartazes com símbolos e cores utilizadas nos recipientes para separação dos materiais. A avaliação foi realizada mediante a participação da turma.
#educaçãofazdiferençanasaude

                                            
                                                     

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Conversando sobre PCNs e a BNCC 


A educação pública brasileira como as demais se organiza mediante documentos normativos e regulamentares para funcionar. Desta forma, os representantes do Ministério da Educação (MEC) atuam na sua discussão, elaboração e implementação. Conforme o que o art. 26 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) nº 12.796/2013, fica previsto que “os currículos da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio devem ter base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos educandos”
O Plano Nacional de Educação (PNE), também prevê na Meta 7, na estratégia 7.1, a fixa que se deve: “estabelecer e implantar, mediante pactuação inter-federativa, diretrizes pedagógicas para a educação básica e a base nacional comum dos currículos, com direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento dos (as) alunos (as) para cada ano do ensino fundamental e médio, respeitada a diversidade regional, estadual e local”.(BRASIL, 2014).
De acordo com essa determinação foram criados e regulamentados no ano de 1996, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), que se apresentaram como uma proposta de orientar os currículos escolares em todo o território nacional a fim de estabelecer diretrizes gerais que atendesse a todas as regiões do país, no sentido de minimizar as disparidades educacionais existentes, ao mesmo tempo, considerando as peculiaridades de cada lugar. Após ser aprovado, o Mec enviou, por meio do correio, não só para as secretarias de educação, mas para a residência dos professores uma coleção a fim de subsidiar o planejamento pedagógico dos mesmos.
Os PCNs apresentados como orientação curricular foram organizados em ciclos de dois anos, pois atendia às áreas do conhecimento específicas e temas transversais com eixos de aprendizagem que deveriam ser alcançados pelos estudantes de acordo com a idade estabelecida nos ciclos. Isso, não significa dizer que houve uma padronização real, pois, o documento não possuía força de lei, porém como referência para organização curricular das escolas, para organização do livro didático, das Avaliações Externas, entre outros.
O trecho abaixo, apresenta as intenções proposta pelos PCNs (1997.pg.127): “O conjunto das proposições aqui expressas responde à necessidade de referenciais a partir dos quais o sistema educacional do País se organize, a fim de garantir que, respeitadas as diversidades culturais, regionais, étnicas, religiosas e políticas que atravessam uma sociedade múltipla, estratificada e complexa, a educação possa atuar, decisivamente, no processo de construção da cidadania, tendo como meta o ideal de uma crescente igualdade de direitos entre os cidadãos, baseado nos princípios democráticos. Essa igualdade implica necessariamente o acesso à totalidade dos bens públicos, entre os quais o conjunto dos conhecimentos socialmente relevantes. ”
Pelo exposto no parágrafo acima, se percebe claramente a abrangência que uma organização curricular pode alcançar diante da complexidade que são as relações no interior da escola em decorrência das características do município, do entorno, das famílias, etc. No intuito de garantir à população o direito de aprender aquilo que é essencial ao convívio social, a cidadania e ao meio produtivo.
Passados mais de vinte anos da vigência dos PCNs e apesar dos avanços decorrentes de algumas políticas afirmativas, a discrepância entre o que há na lei e a realidade é bem distante, pois a sociedade mudou principalmente em relação ao mundo tecnológico e científico, seja necessário repensar os conteúdos, as práticas de ensino e as formas de gestão do espaço escolar.
Muitas discussões têm girado em torno da implantação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). PORTARIA N2 1.570 , DE 20 DE DEZEMBRO DE 2017. Polêmicas e divergências surgiram em torno dessa decisão de implantar uma base curricular que seja de âmbito nacional. Alguns apontam para as dificuldades em sua efetivação, tendo em vista as grandes disparidades sociais e econômicas existentes nas regiões brasileiras. Outros, discutem questões relacionadas à sua forma, como por exemplo, Santos e Pereira (2016) argumentam que: “As padronizações submetem o trabalho docente a determinações tomadas por técnicos e especialistas, desrespeitando a autonomia das escolas e de seus professores, a diversidade cultural dos alunos e seus ritmos de aprendizagem. ”
No entanto, o documento para a educação infantil e o ensino fundamental foram aprovados e sancionado para ser articulado pelas secretarias de educação a implementado em seus sistemas de ensino. Sua legitimidade é expressa de forma contundente nesse trecho da apresentação do documento: “A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE)”.
Certamente, nenhum documento, por mais específico que seja, responderá a todas as situações ou demandas do cotidiano escolar. Nesse sentido, o currículo não poderá ser um documento engessado, inflexível. Ele diz respeito as diversas expressões que permeiam o processo de aprendizagem, não podendo ser reduzidos a uma listagem de conteúdos desconectados do contexto aplicado. Para Arroyo, (2007), o currículo é algo que vai muito além dos conteúdos disciplinares, ele é a forma de organização de toda estrutura escolar e contém todas intenções que acompanham esse processo educacional, manifestado no jeito peculiar de cada lugar.
De acordo com Tomaz Tadeu da Silva (1995, p.194) “o conhecimento, a cultura e o currículo são produzidos no contexto das relações sociais e de poder”. Nesse sentido, o currículo não diz respeito apenas aos conteúdos estudados em cada ano de ensino, mas responde há um projeto de sociedade, de cidadania que se almeja construir por meio da educação.
Para a Educação Infantil a BNCC está estruturada em: Direitos de Aprendizagem; Campos de Experiências e Objetivos de Aprendizagens e Desenvolvimento. Esse é o primeiro passo, conhecer sua estrutura, objetivos de aprendizagem. O Ensino Fundamental em: Áreas do Conhecimento; Competências Específicas de Área; Componentes Curriculares; Competências Específicas de Componentes, essa última composta de: Unidades temáticas; Objetos de Conhecimento e Habilidades. Para cada Componente Curricular são dispostas competências específicas.
O sumário da BNNC não traz referência aos chamados Temas Transversais encontrados nos PCNs, nem mesmo em relação à Lei 10.639/03 que trata da História e Cultura da África, que se propunha fazer um resgate étnico e histórico das contribuições dos povos africanos para a formação do Brasil, na cultura, nas tradições e nos cultos religiosos. A percepção da Lei se justificava pela ausência dessas tradições nos currículos oficiais do país, o que foi percebido como uma dívida histórica da sociedade brasileira em relação à esse povo. Se o documento faz alguma referência, está implícito em algum componente específico, e precisaria de uma análise mais criteriosa.
A Secretaria da Educação do Município de Maracanaú, tem promovido encontros pedagógicos para apropriação do texto aprovado para as etapas de ensino de sua responsabilidade direta, ou seja, as duas primeiras etapas da Educação Básica. As escolas também deverão proporcionar espaços de formação.
O documento assegura a construção de uma sociedade mais democrática, igualitária e com mais oportunidades para as crianças e jovens. Entretanto, não pode ser considerado como garantia efetiva de mudança social, pois outros documentos traziam em linhas gerais objetivos similares. Outro aspecto observado nessa construção, é o envolvimento de empresas e fundações de origem privada na divulgação do mesmo, o que deixa algumas pessoas desconfortáveis em relação aos interesses envolvidos. Nesse aspecto, Peroni e Caetano(2015), discutem sobre as sutilezas que permeiam essa relação por vezes contraditórias entre o público e o privado e sua implicações. O discurso educacional é ofertado como promessa de acesso a uma vida mais emancipada pelas empresas que trabalham com ações de responsabilidade social, o que seduz a população. Assim, argumentam: " As ações empresariais, no campo da educação, desenvolvem práticas que promovem a síntese entre o interesse individual e o interesse geral. Elas não interferem nos interesses econômicos, nem se opõem ao Estado, pelo contrário, atuam através e com o Estado, modificando a cultura organizacional, visando que o Estado aprenda com as qualidades do setor privado a flexibilidade, a inovação, a eficiência e a eficácia – ou seja, os valores do mercado. Percebemos essas questões presentes na disputa pela Base Nacional Comum."
 O texto possui 472 páginas explicitando o que deve ser observado em cada etapa de ensino. Dessa maneira é mister que cada escola, professor(a), busque conhecê-la para ir apropriando-se de seu conteúdo de forma reflexiva.

SANTOS e PEREIRA -TENTATIVAS DE PADRONIZAÇÃO DO CURRÍCULO E DA FORMAÇÃO DE PROFESSORES NO BRASIL. Lucíola Licínio de Castro Paixão Santos1 Júlio Emílio Diniz‑Pereira1- Cad. Cedes, Campinas, v. 36, n. 100, p. 281-300, set.-dez., 2016
B823p Brasil. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais : introdução aos parâmetros curriculares nacionais / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília : MEC/SEF, 1997. 126p.
Revista Retratos da Escola, Brasília, v. 9, n. 17, p. 337-352, jul./dez. 2015. Disponível em: <http//www.esforce.org.br>


quinta-feira, 7 de junho de 2018


GEOCIÊNCIAS

Por que a terra treme?
A terra é um sistema dinâmico e sua superfície é composta por placas litosféricas rígidas, que incluem crosta continental e oceânica, chamadas de placas tectônicas. Essas placas flutuam sobre uma camada viscosa da parte mais externa do manto, que os geocientistas chamam de astenosfera. As placas tectônicas se distribuem na superfície terrestre como se fossem peças de um quebra-cabeça. Se uma peça dessas se move, vai colidir com as suas vizinhas. 
As placas tectônicas se movimentam por meio de um processo de convecção que é o movimento de transferência de energia e massa no qual o material aquecido ascende. Porém, ela pode eventualmente, afundar na astenosfera e arrastar material para o manto fazendo as placas convergirem, causando tremores na superfície. Esses tremores podem ser de dois tipos: de borda de placa, nos quais causam grandes danos, caso do Chile e de outros países. E intraplaca, como acontece no nordeste, causando as vezes pequenos danos.


http://www.elmundo.es/t/te/terremoto-italia.htmlda













E no Ceará, a terra treme?

O Brasil está situado na placa sulamericana que sofre compressão a oeste pela Placa de Nazca e a leste pela ascensão magmática da cadeia meso-atlântica, sendo essa a principal causa para os abalos sísmicos que ocorrem no Nordeste. Isso acontece porque estamos sobre uma unidade geológica cheia de falhas.
Notícias de tremores recentes no Ceará:
05/03/17 – Santana do Acaraú, tem sequência de tremores;
16/10/17 – Chorozinho tem abalo sísmico de intensidade 3.0 na escala Richter;
23/05/18 – Palhano, na região do Vale do Jaguaribe com magnitude de 2,8 na escala Richter;
24/05/18 – Irauçuba tem tremor de magnitude 2.0

O site da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social, por meio da Defesa Civil orienta a população sobre como proceder em caso de tremores, por meio de uma cartilha.


As estações são operadas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), parceira da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CEDEC/CBMCE).
















O núcleo mantém parceria com o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília  - UnB e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, que permitem o aprofundamento do trabalho técnico-científico relacionado às atividades sísmicas no Ceará, principalmente porque o Estado apresenta um quadro de eventos sismogênicos bastante significativo. O maior terremoto já ocorrido no Nordeste brasileiro, de magnitude de 5,2 graus na Escala Richter, aconteceu na região do atual município de Pacajus/CE em 20 de novembro de 1980.

MENEGAT Rualdo - Para entender a terra, Coordenação. Instituto de Geociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ed.ARTMED  Editora S.A– 4ª edição. 2006

quinta-feira, 19 de outubro de 2017


Seres Luminosos
Bioluminescência
É um fenômeno bioquímico natural em que há emissão de luz em alguns seres vivos como por exemplo, vagalumes, pirilampos, alguns tipos de álgas-vivas, larvas de insetos, cogumelos, bactérias, fungos e seres aquáticos que vivem em regiões mais profundas dos oceanos. Estudos mostram que esse fenômeno já havia sido percebido por personalidades célebres de tempos bem remotos, como Aristóteles  (384-322 a.C.)  e Plínio (23-79 d.C.).
No caso dos vagalumes, a substância que propicia a transformação química dos impulsos elétricos proveniente dos neurônios em luminosidade é o óxido nítrico, que bloqueia a ação do oxigênio nas mitocôndrias, ficando assim, o oxigênio livre para realizar a oxidação do substrato luciferinas, que são catalisadas pela enzima chamada luciferase, o que resulta em oxiluciferina e consequentemente em bioluminescência. Para que ocorra essa reação química há uma conversão de energia ATP em energia luminosa. No caso de bactérias e fungos, a enzima redutase também participa na reação bioluminescente. Já com a Aequorea victoria, a luciferina reage com oxigênio, formando um peróxido, o qual se liga covalentemente à enzima.
 Em todos os casos, o oxigênio é componente imprescindível para que ocorram as reações químicas.
Imagens de seres bioluminescêntes:






  www.ninha.bio.br/biologia/luminosos.html

As luciferases são enzimas muito importantes na biomedicina, pois elas são usadas como biomarcadores luminosos para acompanhar a evolução de uma infecção bacteriana ou de células cancerígenas...
Referências:
www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422013000200018&script=sci...tlng

quinta-feira, 16 de março de 2017

Organelas celulares

As organelas celulares são estruturas mergulhadas no citosol, encontradas no citoplasma das células eucariontes. Estas estruturas desempenham funções distintas que, em sua totalidade, produzem as características de vida associadas às células. Em uma célula animal eucariótica existem três componentes básicos, a saber: membrana plasmática (também conhecida como plasmalema, membrana celular ou membrana citoplasmática), citoplasma e material genético (DNA). Neste artigo, iremos conhecer mais acerca das organelas de uma célula animal e suas respectivas funções.

As organelas de uma célula animal e as funções
Confira a seguir quais são as organelas de uma célula animal e as suas respectivas funções:

Citoesqueleto

Possuem filamentos proteicos, como microtúbulos, responsáveis por dar forma à célula. Além disso, participa do transporte de substâncias.

Ribossomos

São formados a partir do RNA ribossômico e são responsáveis pela produção de proteínas. Os ribossomos podem ser encontrados ou aderidos a paredes do retículo endoplasmático rugoso, ou livres.

Retículo endoplasmático rugoso (RER)

Por apresentar ribossomos ligados à sua membrana externa, o RER também é responsável pela síntese proteica, mas a maioria das proteínas será secretada.

Retículo endoplasmático liso (REL)

Dentre as várias funções deste retículo, destaca-se a síntese de lipídeos como fosfolipídeos, óleos e esteroides (incluindo os hormônios sexuais estrogênio e testosterona).

Complexo de Golgi

Localiza-se próximo ao núcleo celular e é formado por sáculos achatados e vesículas. É a organela responsável pela secreção celular.

Lisossomos

Originários do aparelho de Golgi, os lisossomos são bolsas membranosas que contêm enzimas capazes de digerir substâncias orgânicas. Estas organelas são as responsáveis pela digestão intracelular e a sua produção excessiva pode destruir uma célula por autodigestão.

Mitocôndrias

Encontradas em quase todas as células eucariotas, incluindo animais, plantas, fungos e a maioria dos protistas. Assim como os cloroplastos, estas organelas possuem material genético próprio. A função das mitocôndrias é produzir energia (ATP) a partir de processos metabólicos.

Cloroplastos

Organelas presentes em células de plantas e em alguns organismos fotossintetizantes, os cloroplastos são responsáveis pela produção fotossintética dos carboidratos.

Peroxissomos

Estas organelas são bolsas membranosas que contêm alguns tipos de enzimas digestivas e, além das enzimas que degradam gorduras e aminoácidos, eles possuem grande quantidade da enzima denominada catalase.

Centríolos

Os centríolos não são envolvidos por membrana, atuam no processo de divisão celular e também estão ligados à organização do citoesqueleto e aos movimentos de flagelos e cílios.